A cidade é o espelho das buscas e das contradições humanas, sedução arrebatadora e mortalha que nos espreita, artefato espetacular de engenhosidade e lugar de opressão, dinâmica produtiva e experiência deseconômica, negação da natureza e apelo a ela para salvação. Mas, é também ambiente de força e de leveza, estrutura e movimento, forma e processo social. Assim como planejar cidades já foi atribuição de outros profissionais, o urbanista é hoje um profissional híbrido. Seu desafio é epistemológico e de síntese, mas sem as tentações de demiúrgo do passado. Afinal, são muitos os agentes modeladores da cidade. O destino que construirmos para o ser humano no planeta definirá o destino da cidade, como lugar desejável de realização plena e atávica da beleza e da liberdade.
Edição do depoimento à revista arquitetura & urbanismo, associado ao evento Making City, Seção Fato & Opinião, edição nº 218, maio de 2012.