Projeto Fedora

Projeto de 1878, não executado, para expansão da parte alta da cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo, capital de Moçambique

O Projeto FEDORA, lançado aqui, visa formar uma rede virtual de museus sobre planos e projetos não realizados para cidades do Brasil e do mundo, incluindo estudos, coquis, desenhos, mapas, memoriais e registros gerais de ideias nunca implantadas. A referência a Fedora é uma homenagem a uma das cidades imaginadas por Ítalo Calvino no seu livro magistral As Cidades Invisíveis.

No centro de Fedora, metrópole de pedra cinzenta, há um palácio de metal com uma esfera de vidro em cada cômodo. Dentro de cada esfera, vê-se uma cidade azul que é modelo para outra Fedora. São as formas que a cidade poderia tomar se por uma razão ou por outra, não tivesse se tornado o que é atualmente. Em todas as épocas, alguém, vendo Fedora tal como era, havia imaginado um modo de transformá-la na cidade ideal, mas, enquanto construía seu modelo em miniatura, Fedora já não era mais a mesma de antes e o que até ontem havia sido um possível futuro hoje não passava de um brinquedo numa esfera de vidro.

Em um artigo que publiquei numa revista de São Paulo, em 1989, disponível nesta página sob o título de Maravilhas Urbanísticas para uma Cidade Maravilhosa, tratei do caso da cidade do Rio de Janeiro. Madrid e Buenos Aires, por exemplo, já foram objeto de livros que tratam disso que poderíamos chamar de “o passado do futuro das cidades”.

É essa ideia que anima o lançamento do projeto, esperando poder mobilizar outros profissionais, centros de pesquisa urbana e institutos de fomento à cultura para levar adiante a iniciativa.